Relembraram-me que o jogo só é bonito no inicio quando o coração não tem memória. Estranho não me lembrar das minhas palavras sóbrias tão bem como me lembro das perdidas durante a noite. Se eu fizer isto de forma errada, podes entender como correcto, por favor? Porque eu não sei agir no suposto, muito menos em direcção a ti. Dói mais deixar-te do que perder-te. Dói-me do lado esquerdo do peito o lado direito da cara que recebe beijos que não são teus. Dói-me as mãos que me tocam e nenhuma delas é a tua. Dói-me o afastamento que vivo de mim por me querer afastar de ti. A cada passo que dou sem olhar para trás, estás tu ao meu lado a perguntar todas as razões do mundo que consiga inventar rapidamente sem que percebas que eu não tenho respostas nem certezas, nunca. Que tanto quero e tanto rejeito, como em quase tudo o que se assemelha à vida que sonho. A sombra da tua cara debaixo dos lençóis às oito e meia da manhã, a minha sombra a esconder-me os destinos que sei puderem ser meus. O fumo pelo quarto e o nevoeiro em que tudo se vai tornando. Nem tenho saudades tuas. Não tenho mais saudades tuas do que aquelas que já tive quando as tive mais. Não tenho saudades. De nada. O meu coração não tem mais memória, nem espaço. Estranho. Podemos voltar a ser? Prometo perder-te desta vez.
Quem quer ficar onde não permitem estar?
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