De ti, levo-me a mim


As tuas mãos são do tamanho que eu gosto e quando te aproximas-te, mesmo que eu quisesse, não iria conseguir fugir. Não, eu não me apaixono de maneira nenhuma e aconteça o que acontecer eu de ti só quero relembrar o jeito de me fazer sentir um sol. Não quero lembrar a tua cara, a maneira como nos encontramos, as conversas que tivemos. Quando te fores embora, só quero lembrar-me de mim. De mim quando me fazes perder a orientação. E posso-te falar de beijos e dos nossos corpos, nunca vais entender o meu lado. Fui eu que te quis. Todos os dias vou sentir a culpa de não me arrepender nem um segundo. Tenho mesmo medo de que ao escrever percebam como me abalas o equilíbrio porque se me perguntarem se isto é amor, eu vou dizer que nunca e vou sentir-me mal por ser verdade. Mas tu és assim tão impossível. Tão impossível de controlar como vais ser amanhã. Tão impossível de entender como me levas-te nos teus braços. E, desde o primeiro dia que te conheci, não sei dizer porquê. E já me tinham falado dessas histórias com falta de amor ou paixão, sem sentimentos, só sentidos. Como se a nossa pele tivesse coração. Já me tinham falado da falta de perigo de estar assim contigo sem querer levar-te pela mão. Sou levada por tudo, pela tua boca, pela tua força, pela tua coragem, pelo teu sorriso mas não levo o meu coração para o meio dos lençóis. Podes conhecer-me assim frágil, nunca me conhecerás forte. Não interessa porque contigo nunca vou precisar. Atira-me para onde tu quiseres, empurra-me. Não me vou magoar. O que eu e tu temos é só nosso, só nós sabemos de trás para a frente a cor dos nossos olhos e a que sabe a nossa sintonia. Só eu e tu sabemos o que é tremer, só eu e tu entendemos que daqui não levamos nada, só prazer. E não existe talvez ou hipótese. Um dia a gente encontra-se e um dia bebemos. No outro dia, prometo: nunca me vou esquecer de que não consigo lembrar-te.

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