Com muita paz


Respirei fundo e deixei tudo ir naquela paz que me caracteriza ultimamente, senti que tinha que crescer já que unicamente eu podia ser adulta comigo mesma e admitir que era melhor deixar-te ir. Não, não estou a falar de deixar-te ir e abandonar o que quer que seja que tínhamos, digo deixar-te ir de mim, para fora de mim, ficar sem ti e ficar bem com isso. Consegui e consigo lembrar-me de ti e não dói. 
Lembrar-me de ti de um jeito doce, só as coisas boas e sorrir, desejar-te o melhor que o mundo te pode dar e que encontres o teu lugar para ficar, para voltar, para te deixarem seres tu, para seres feliz sem arrependimentos e sem reticências. Onde possas viver com o teu jeito de menino, ouvir as tuas músicas, fumar acompanhado da maior alegria do mundo. E é assim claro e leve que me vou sempre lembrar de ti. Assim rápido, assim intenso mas tranquilo. Assim sem merdas, assim sem julgamentos, assim a querer que algures no mundo, no tempo, se a gente se encontrar possamos rir disto tudo. Mas eu tinha que deixar-te ir. Não posso lutar contra nada, nunca o fiz e queria que soubesses que te guardo com o maior carinho do mundo. E que vou sempre gostar de ti, como gosto de todas as surpresas e sortes que a vida me trouxe. E é isso que quero para ti, que sejas tu a lutar pela tua sorte, uma enorme que te leve a conhecer os melhores dias da tua vida. Eu nunca guardaria nada de mau no meu peito, já tive a minha dose, e quem me dera que não guardes nada de mal sobre mim. Os nossos dias, as nossas noites, vão sempre ser isso lá longe e se um dia eu tiver saudade vai ser a espera que eu e tu tenhamos encontrado alguém ainda melhor para nos abraçar. És e sempre vais sempre ser primavera. O teu calor e o teu frio inconstantes. A tua chegada e a tua partida sem que ninguém notasse. Nunca me vais saber mal e um dia, espero, que encontres o teu verão. 

3 comentários:

  1. Bem Raquel, agora que aqui passei e li com calma todo o teu texto fiquei ainda mais deliciada. Sabes, se calhar vais-te rir do que aqui vou dizer, mas vou dizê-lo na mesma: quando leio os teus textos, quando te vejo a lidar com essa perda e a seguir em frente eu sinto um enorme orgulho em ti. E tu perguntas: mas se nós nem nos conhecemos, porque sentes orgulho? Não sei, talvez porque acho que o mundo fica um lugar melhor quando as pessoas fazem as pazes com o passado e se dedicam a ser felizes. E é isso que desejo para ti: felicidade. Toda a felicidade do mundo. Louca. Intensa. Sem medida.

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  2. Agradeço-te imenso, acredita! E apesar de o objectivo ser mais o desabafo, soube bem saber que consegui escrever de maneira a que tudo o que sinto passe a dimensão de "meras palavras" e se transforme em sentimentos.

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