Longe de Mim



Se soubesses como por vezes me doí o peito de saudades e me asfixia o ar que respiro, como veneno, que veneno. E me toma as veias uma a uma e me para no tempo a nocividade dele. O mal que me fazes. E mais uma vez, inspiro. Fundo. Burra, sei que vou tornar a asfixiar-me! Mas respiro. E choro, choro. Choro quando me falam, quando me olham. E me obrigam a dizer: Ser eu e estar aqui é complicado! Deixar a minha raiz. E deito-me de noite no escuro e tu sabes como eu tenho pavor disso e quantas vezes me abracei a ti com medo das sombras da noite. E asfixio-me no escuro e cresço. Já não tenho 10 anos, já não espaço para medos do escuro. Medo da vida. E imagino o que vivi no passado. Imagino mesmo aqueles que me marcaram de forma negativa e me mostraram que não é bem assim. E imagino todo o meu último ano de maneira diferente porque tenho saudades daqueles corredores dos quais sempre quis correr para fora. E aqui é tão grande, tão imenso, tem tanto ar. E tenho saudades das pessoas mal-dispostas e do verde horrível da cidade-natal. E a cidade e as pessoas corredoras que sempre quis são o meu pior inimigo. Que saudades. Que saudades. Lá de cima vejo a minha cidade. Daqui quase que vejo. E os três anos passaram de pressa e eu não me habituei a ideia de estar aqui. E ainda mal abri os olhos e já é dia. E choro. Porque tenho saudades tuas acima de tudo. Porque tenho saudades dos teus abraços e da tua pele suave e do teu olhar encantado: Raquel és tão linda. Que saudades das tuas palavras. Sinto tanta falta do que sou ou do que era contigo. Se eu pudesse voltar atrás repetia todo o mal e todo o bem. Gosto do que sou e do que faço e fiz. Mas arrependo-me erradamente ainda assim. E se eu pudesse voltar atrás seriam horas para te ter aqui outra vez, só mais uma vez. E tu dizes-me que já vens e que não tarda muito és o meu homem. Mentiroso. És tão mentiroso. Vai demorar. Eu nem vou notar. Respiro mais uma vez, que dor. Que ardor nos olhos. E se pudesse dizia a todos que os adoro e que tornaram o meu último ano o melhor de sempre. E que tu, tu todo este ano foste o meu pilar. Por isso, se eu não disser: tu és o homem da  minha vida, faz de conta que ouviste. E eles sabem quem são quando lerem e tu sabes quem és quanto sentires. Asfixia-me e volto. E também custa voltar para ir. É complicado. Eu nem vou notar. Respiro mais uma vez, que alivio. 

46 comentários:

  1. imagino, eu não as suporto e só agora é que entrei para o secundário :s

    ResponderEliminar
  2. ai saudades, este bicho tão poderoso que só nos consome, eu entendo*

    ResponderEliminar
  3. está lindo e tão sentido.
    Uma mistura enorme de tantos sentimentos, oh força*

    ResponderEliminar
  4. minha querida , que saudades !
    como estás ? <3

    ResponderEliminar
  5. quero-te bem, sempre. olha que continuo aqui, te amo

    ResponderEliminar
  6. Oh linda, não faz mal, eu não te deixarei nunca, obrigada <3

    ResponderEliminar
  7. Obrigada Raquel :)Está nos modelos dinâmicos da nova interface do blogger, caso querias experimentar :b Há muito tempo que não vinha ao teu blog, ultimamente ando um bocadinho ausente... Mas confesso que já tinha muitas "saudades" de ler as tuas palavras. Como seria de se esperar, gostei muito deste texto. Penso que um dia vou puder perceber tudo o que aqui disseste. Resta-me desejar-te muito boa sorte para esta nova etapa da tua vida e dar-te muita força! Pensa que este é o reverso da medalha e que um dia vais colher os frutos desta saudade, desta ausência, desse vazio que sentes. Faz tudo parte e tu mereces muito ser feliz. Deixa que o amor supere o resto...

    ResponderEliminar
  8. gostei meu doce, apesar de estar triste! :c força**

    ResponderEliminar
  9. ora nem mais, nem toda a gente o consegue fazer :c como andas meu doce?

    ResponderEliminar
  10. adorei o teu blog, já sigo*
    eu também te compreendo :s

    ResponderEliminar
  11. mudei de casa,deixei a minha terrinha,mudei para uma escola bastante diferente,já foi a algum tempo. mas ainda hoje tenho saudades de estar lá

    ResponderEliminar
  12. Habituámos-nos à monotonia,à rotina, à segurança interior que aquela cidade e escola trazia. Aos rostos que nos metiam tanto nojo só de olhar, mas agora sabemos que nos fazem falta - Saudade de alguns(poucos), mas sentir falta de muitos! Acho que sei o que é isso...
    Porra, não sabemos mesmo o que queremos :)
    Tinha saudades de cá vir, já não o fazia à imenso tempo, e venho logo dar com este texto!

    Beijo Raquel :) Ana S. Quintas

    ResponderEliminar
  13. oh obrigada querida:) e isto esta lindo lindo, escreves que é uma maravilha

    ResponderEliminar
  14. força então minha querida. muita força, sim? (':

    ResponderEliminar
  15. Longe de corpo, perto de alma :\

    ResponderEliminar
  16. Conheço perfeitamente essa saudade, FORÇA $:

    ResponderEliminar
  17. Está lindo Hapi! As saudades tramam-nos sempre.

    ResponderEliminar
  18. Aw que post tão bonita, tão bem escrito, profundo mas muito triste...eu também sei o que isso é =/

    Beijinho*

    ResponderEliminar
  19. E este está lindo lindo lindo! Escreves supeer bem *

    ResponderEliminar
  20. Adorei mesmo o que escreveste! Obrigada querida (:

    ResponderEliminar
  21. Oh, obrigada minha querida! Vais ver que voçes tambem chegaram lá. Nota-se pela maneira como se amam :) E muitas felicidades tambem para voçes!

    ResponderEliminar
  22. "sinto tanta falta do que sou ou do que era contigo." - está perfeito.

    ResponderEliminar

Lovers