A morte custa sempre, mesmo quando somos nós próprios o assassino, a morte custa sempre mesmo que sejamos nós próprios o assassino perfeito que concedeu a morte perfeita a pessoa que amamos. A morte seria fácil se não amassemos, se não houvesse tristeza, se não sentíssemos a falta. A morte é complicada quando somos nós o assassino sem remorsos que mesmo assim não deixa de amar. E foi por amor. Pior ver o amor a morrer que ele.
Era suposto morreram juntos, era. Era suposto os sonhos serem bons, e foram. "Prometo morrer ao teu lado, nos teus braços. Vamos morrer a fazer amor e ficar juntos para la da eternidade" - dizia ela, vezes sem conta. "E eu prometo dar-te a minha vida, deixa-la nas tuas mãos" - dizia ele, o dobro das vezes. Ele cumpriu, ela não.
O mal de ser um só é que uma das partes terá de entregar, eles era um só, mas ela era superior neste jogo de entrega, nunca se deixara perder nas malhas da loucura, da insanidade, do poder da ilusão. O sonho era uma ilusão, mas ela sonhava com a cabeça, ele com o coração.
A morte dele deve ter sido a morte mais bela. Poderá dizer-se até que ele morreu com ela. É um facto que morreu pelo sangue dela.

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