Little bird



É hábito culpar os outros pássaros pela nossa falta de coragem para voar ou de alguma maneira dizer que as árvores hoje não estão boas para repousar nelas. Que hoje está tudo muito verde para fechar os olhos ou que o escuro cega e não se pode bater as asas, esperasse pela manhã com luz. Mas isso é pele que nunca vesti. Desviada do meu bando, sempre voei e achei que das vezes que parei ou o fiz mais baixo, sem força, sempre me culpei. Sempre achei que o dia era bonito, e os outros pássaros super-heróis de capa vermelha, as andorinhas da melhor primavera, e eu, eu é que não estava bem. Se os pássaros não gostam da cor da minha brisa à passagem nas nuvens, então isso será com certeza uma questão pessoal, o meu voo está mal. Mas, também, sempre fui um daqueles pequenos seres rebeldes, que faz barulho e faz-se notar só porque existe e então nunca quis perder tal coisa, preferindo achar que haveria uma ou outra ave rara que me quisesse fazer companhia e no fundo sabia, como hoje, que sou um bicho solitário e que muitas vezes estás aves me serão impossíveis de ouvir cantar por pura impaciência de voadora mas mantenho-me teimosa ao meu feitio que tenho e sei que todos precisamos de um ninho com um piar todos os dias à nossa espera. Então, meu amor gordinho, quando eu te vejo a brincar com os pequenos cantores, vejo a tua doçura porque ainda és um também, fico de coração cheio, sabendo que haverá sempre alguma razão válida para eu não desistir. Porque tu mais que um pássaro, queres criar um homem e deixar-te no mundo. E desculpa não termos o nosso ninho e desculpa que sofra com isso, sofra de ansiedade e insegurança e me encha de cantos desafinados, mas meu amor tão voador eu amo-te, da minha maneira auto-descontrolada, independente, que sonha de filmes mas nunca será capaz de fazer um pois o céu é tão grande. E desculpa amar-te assim mas fica sabendo que te protegia de todas as quedas e chuvas do cinzento do horizonte se pudesse. E assim saberás também que para me teres forte, basta que me ames e não, não me largues a asa mesmo que eu pareça fundida no azul e no branco, porque meu amor jovem, eu não sei voar sem o teu corpo no meu. E se eu chorar por ti e o inverno vier então que encontremos andorinhas boas mas fica sabendo que serás sempre o meu amor e meu amor agora não me deixes e meu amor agora lê isto e chora, porque não haverá dia que eu não chore por não ter o teu amor, arrependida e culpando-me porque sou mesmo esse animal que descrevi nas primeiras entradas. Meu amor, chora porque o teu coração se me ama vai chorar também. Meu amor enorme e redondo, eu amo-te.

6 comentários:

  1. a tua escrita é... fenomenal!
    Oh os meus pais não estão cá, e ele apareceu-me à porta de casa para passar a noite comigo e prontoo ohhh
    não aceites sfv :)

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  2. não há palavras que o descrevam, nao mesmo princesa. é magico <3

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  3. eu sei que me entendes bem e essa música é linda!

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  4. adorei! estou a seguir o blog*

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