Memories


Quando um amor acaba ou quando um amor se vai embora, o que fica?

Depois de corações partidos, raivas e ódios, esperanças e desilusões, vinganças e desejos, ficam as memórias e as recordações. Seja lá que "tipo" de amor for. Que seja um amor de apenas um minuto, de um segundo, de um dia, de um mês, de um ano, de uma vida. Que seja o amor efemero, a paixão. Que seja o amor eterno, romântico. Que seja o amor e ficam as recordações.
Ficam as boas. São as boas que no atravessam e nos matam mais um bocadinho, todos os dias. Depois daquele tempo de angustia, imediato à separação, vem a calma, a serenidade da saudade e eis que as recordações no invadem.
O sorriso parvo que demos quando ouvimos aquela coisa mesma parva, o sorriso que demos quando olhamos um para outro e telepaticamente entramos em sintonia de pensamentos, o sorriso timido que demos pela primeira vez, o sorriso triste que demos quando estavamos a espera do toque (que veio logo a seguir). O toque de mão que demos timidamente quando nos conhecemos, o toque de corpo inteiro que demos descontraidamente nas nossas brincadeiras, o toque marcante do nosso abraço. O olhar que trocamos pela primeira vez. O olhar que demos diariamente um ao outro seguido de um "olá" e coisas mais. O olhar timido que revelava o nosso desejo. O olhar que trocamos todos os dias depois do "fim". O abraço que demos a primeira vez. O abraço que demos na brincadeira, só por amizade. O abraço longo que marcou tudo. O beijo na cara, o primeiro, e depois aqueles todos, e ainda aquele que nunca demos.
Quando chega o fim, não é verdadeiramente o fim. É o fim quando perdes a esperança de começar de novo, quando perdes o desejo, quando perdes a raiva. É o fim quando só restam as recordações, as boas, porque essas ficam para sempre, seja um amor de um minuto ou de uma vida. Não temos que querer esquecê-las, pois não? Eu acho que não. Elas alimenta-nos, não a esperança, não a raiva, não o amor, mas a vida e a maneira como a vemos e sentimos. Não é para isso que a recordação de tudo serve? Fazer-nos mais felizes? Recordemos então, até porque eu não tenciono esquecer qualquer olhar, qualquer beijo, qualquer abraço, qualquer toque, qualquer sorriso.

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