Vou parar de gritar o teu nome, não tenho mais voz. Não é que tu não venhas, tu vens. E não é que eu não fique feliz, eu fico. Mas tu não vens por inteiro e muitas vezes chamo em vão. E eu estou frágil demais. E sabes porquê? Eu confesso-te porquê. Em primeiro lugar, porque acho que nunca te amei tanto. É isso, o meu amor cresceu e sei que isso não se mede mas tu sabes, toda a gente sabe, quando o coração fica ainda mais apertado. Em segundo lugar, porque sou inocente ainda e por muito tempo fui ouvindo aquelas coisas todas que me diziam. Tu sabes do que falo. E eu luto mas fico sensível ao mundo por vezes. E eu não acredito ainda assim porque as acções demonstram as pessoas e tu nunca me demonstras-te que eles tinham razão, antes ele me partiram o coração. E, é assim, eu não sei dizer-te que esta saudade não me cabe no peito, porque ter saudades não é humano, é desumano, ninguém devia sentir. Nunca sentimento que doesse tanto, que parasse tanto. A mim deixa-me doente, sem forças, atira-me para o chão. A mim enche-me os olhos de lágrimas, a mim deixa-me o peito dificultado de respirar. A mim quando me deito e ouço a tua voz do outro lado da chamada, começa por me arder os olhos, depois tapa-me a garganta, quando dou por mim já estou a soluçar em silêncio e o meu estômago é puxado para a frente em movimentos de espasmo que não consigo evitar. É por isso que não quero falar contigo. E muitas vezes nem quero estar porque fica tudo ainda maior, dói ainda mais. E, agora sim, de lágrimas nos olhos, chegou a hora de te dizer de coração sofrido que não aguento mais esta tua ausência, este vai e vem. E confessar-te que aquilo que eu mais queria agora era casar contigo. E tenho medo que isso nunca vá acontecer, porque eu me sinto completamente angustiada com tudo isto.
Perdoa-me não saber o que tem o meu coração,
mas o amor às vezes apenas dói. E peço-te que nunca mo partas, o meu coração já sofreu muito.